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Saindo do culto trans

Texto publicado originalmente no blog Purple Sage; traduzido com permissão da autora.

Quando saí do armário como lésbica, foi durante a época da inclusão, quando mais e mais letras foram adicionadasà sopa de letrinhas LGBTQ porque cada minoria sexual precisava de representação. Parecia óbvio que deveríamos incluir a todos — uma vez que nós mesmos sofríamos ostracismo e sabíamos o quão ruim era ser excluído. Queríamos justiça social, queríamos amor e respeito a todas as minorias. Não importa que outra letra fosse adicionada ao acrônimo “queer”, a incluíamos sem questionar. Conheci pessoas de todos os tipos durante minha época na universidade — homens gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, assexuais, pessoas de gênero fluído, etc. Eu acreditava que estávamos trabalhando juntos e ganhando aceitação das pessoas hétero. Durante esse tempo também comecei a aprender sobre o feminismo. A princípio, as várias blogueiras feministas que eu estava lendo não pareciam divergir muito entre si. Mas nos últimos anos, um grande golfo começou a nos dividir. Os assuntos que nos separavam era a indústria do sexo e as políticas transgêneras. Nunca comprei a idéia de que a prostituição era um trabalho que precisava ser sindicalizado — eu era capaz de ver prontamente que se tratava de violência. Mas comprei a idéia da transgeneridade por um bom tempo. Eu acreditava, como éramos ensinados a acreditar, que as pessoas trangêneras eram apenas outra minoria sexual que, como os gays e as lésbicas, precisavam lutar contra a discriminação. Eu queria muito ajudar qualquer grupo minoritário a superar a opressão. Fui ensinada que as pessoas transgêneras tinham nascido no corpo errado e precisavam modificar seus corpos para que correspondessem à imagem interna que tinham de si mesmos. Sou uma pessoa de mente aberta e não tinha nenhum problema em acreditar nisso. Mas um monte de irmãs feministas não estavam abertas a essa idéia. Comecei a entrar em brigas com outras feministas. Queria que elas enxergassem que estavam sendo violentas com uma minoria perseguida, e que isso não era compatível com o feminismo. Eu era contra as “TERFs”. Fui ensinada que estava fazendo a coisa certa.

Foi impossível não fazer pesquisas sobre a transgeneridade porque foi impossível conter as muitas perguntas que continuavam surgindo e eram difíceis de responder. Feministas me desafiavam em discussões perguntando “O que é uma mulher?”. Descobri que não conseguiria responder essa questão. Li livros sobre transgeneridade e finalmente me decidi que “mulher” era uma categoria social, mas isso nunca foi fácil de explicar. Entrei em brigas amargas em comentários de tópicos. Chamei outras mulheres de transfóbicas. Isso me fazia sentir muito, muito mal. Nós mulheres deveríamos estar trabalhando juntas e em vez disso estávamos nos rasgando umas às outras em pedaços. Achei que as coisas que o feminismo radical falava eram exageradas. Não parecia possível que mulheres trans estivessem tentando invadir os espaços das mulheres para nos machucar porque pensei que eram apenas outra minoria sexual perseguida, como os gays e as lésbicas. Pensei que eram apenas mulheres que aconteceu de nascerem com as partes erradas. Qualquer ataque a qualquer uma das letras do acrônimo GLBTQ parecia um ataque a mim, porque eu estava naquele acrônimo também. Achei que todas as pessoas representadas sob o guarda-chuva queer eram iguais — pessoas inocentes enfrentando discriminação.

Transativistas estão constantemente à procura de qualquer coisa que possam condenar como transfóbica. A princípio eram coisas óbvias. Pessoas trans têm direito à emprego, moradia e cuidados médicos, e não deveriam ser vítimas de violência. Claro! Mas as coisas que eram condenadas como transfóbicas comecaram a ficar menos óbvias. Chamar alguém pelo pronome errado se tornou fóbico também. E então, não colocar pessoas trans no centro de todas as conversas se tornou fóbico. Daí, falar sobre biologia e anatomia também se tornou fóbico. Eu era contra as “TERFs” até que um dia li no Twitter que insinuar que mulheres menstruam é transfóbico, e percebi — segundo esse princípio, sou uma TERF. Eu sei que mulheres menstruam e que quem menstrua é mulher, e isso é suficiente para ser uma TERF. A coisa toda começou a degringolar aí. Se todo mundo que tem consciência de que mulheres menstruam são TERF, então todo mundo é TERF. Tudo mundo no mundo inteiro. Isso não faz sentido, uma vez que a maioria das pessoas não é feminista radical.

Sabendo que qualquer uma pode ser chamada de TERF por qualquer coisinha, e que não precisa sequer ser feminista radical para ser caluniada dessa maneira, me fez levar o acrônimo muito menos a sério. Comecei a ficar cada vez mais curiosa pelo que as então chamadas TERFs estavam falando. Os transativistas dizem que as feministas radicais sentem ódio pelas pessoas trans, mas toda vez que eu lia um post de blog de uma feminista radical ele era bem fundamentado, claramente explicado, baseado em fatos, destacava nuances e era compassivo. Nunca encontrei de fato a tal fobia que os escritos das feministas radicais supostamente deveriam conter. O que muitas feministas radicais estão dizendo na verdade é que não concordam com as políticas transgêneras porque as políticas transgêneras em geral são prejudiciais às mulheres, mas elas não desejam que nenhum mal aconteça a quem é transgênero. Elas estão apenas se preocupando com as mulheres, o que é algo que as feministas sempre fizeram.

Quando eu brigava com as chamadas “TERFs” online, elas me mandavam artigos de jornal sobre mulheres trans que cometeram crimes contra mulheres. Eu ignorava isso no começo, pensando que eram histórias exageradas ou que eram casos isolados. Mas com o tempo, os casos isolados começaram a se acumular. Começaram a formar um padrão. Depois de um tempo eu simplesmente não poderia negar que mulheres trans podiam ser violentas com mulheres, da mesma forma que os homens são. Então, lendo as palavras das próprias mulheres trans, no Twitter ou em outras redes sociais, uma coisa se mostrou muito clara: mulheres trans se comportam exatamente como homens. Algumas delas não fazem qualquer tentativa de se comportar da forma que as mulheres se comportam ou de sequer tentar entendê-las, e são abertamente hostis à elas.

O fato de que algumas “mulheres trans” são homens violentos e misóginos que tentam se misturar entre outras mulheres realmente destrói a teoria do “sexo cerebral” e a de “nascido no corpo errado”. Estes homens claramente não são mulheres. Não faz qualquer sentido que tais homens tentem convencer a todos de que são mulheres. A única explicação possível para homens violentos e misóginos alegarem que são mulheres é para que possam entrar nos espaços das mulheres para nos perseguir e conseguir mimos e atenção. É óbvio que seu real objetivo é se infiltrar quando se olha pro ativismo deles. Eles não fazem qualquer tentativa de criar espaços para mulheres trans, ou de defender que elas tenham abrigos, empregos e moradia. Tudo o que tentam fazer é entrar nos espaços exclusivos para mulheres. E estão de fato conseguindo muita atenção da mídia, dos profissionais de medicina, e dos ativistas de gênero.

Tenho visto pessoas entrarem na ideologia trans e perderem a cabeça completamente. Cruzei com pessoas que realmente acreditavam que sexo biológico não existe e que não podiam ter acesso a cuidados médicos a menos que um doutor validasse sua identidade de gênero. Imagine, estar em um país rico com sistema de saúde disponível, e recusá-lo só porque o médico quer tratar seu corpo físico baseado em sua real biologia, em vez de tratá-lo baseado em seus sentimentos? O quão ridículo e absurdo é dizer que você não tem assistência médica quando na realidade tem, e quando há pessoas em países pobres que realmente não têm? Cruzei com homens que serviram no exército, tiveram carreiras fantásticas nas Exatas, foram pais de muitos filhos, e então decidiram que eram mulheres durante esse tempo todo. O quê?! E tenho visto lésbicas que fazem ativismo lésbico, participam da comunidade lésbica, fazem casamentos lésbicos, e de repente dizem que eram homens o tempo todo. Muito disso é puro nonsense, mas se você questionar será chamada de TERF e dirão que você está oprimindo pessoas. É como o criacionismo: inventam falsas evidências que não se sustentam quando verificadas, dizem que a ciência é intolerante com suas crenças, dizem que são perseguidos quando não conseguem forçar suas crenças a outras pessoas, e tentam silenciar e destruir os incréus. Transativismo é um culto religioso.

O efeito que o transativismo tem causado no feminismo é como o de um cavalo de Tróia. Ele entrou silenciosamente ao longo dos anos e então explodiu nos anos 2010, e agora as feministas estão divididas e brigando entre si. Gastamos metade do tempo discutindo se mulheres trans são mulheres e se tal pedacinho do feminismo é “transfóbico”, e isso significa que não estamos mais lutando pela libertação das mulheres. O feminismo deveria libertar as fêmeas humanas da opressão. Não deveríamos estar gastando tempo algum preocupadas com os sentimentos de gênero de homens abusivos. E o fato de que os transativistas geralmente são pró-prostituição deveria nos dizer alguma coisa. Essas pessoas estão lutando pelos direitos dos HOMENS. Agora que vi o que vi, voltei para o verdadeiro feminismo, aquele que luta por mulheres. Não estou mais confusa sobre o que é uma mulher. Uma mulher é uma fêmea humana adulta, como sempre foi. Aprendi algo muito importante: minhas irmãs sempre devem vir em primeiro lugar. Realmente sinto muito pela hostilidade que usei para me expressar com mulheres que têm noção de que mulheres trans são homens. Gostaria de voltar no tempo. Tenho usado uma tag em alguns posts chamada “auge trans”. Auge trans é o ponto em que os transativistas finalmente ficam tão ridículos que até mesmo seus antigos aliados não podem mais apoiá-los. Isso foi o que aconteceu comigo e sei que vai acontecer com mais gente.

84 replies on “Saindo do culto trans”

Queria compartilhar esse texto no Tumblr. Como faço? Posso copiar o texto todo e dar creditos no final? Como é preferível?

Esse texto é descabido em tantos níveis que fica difícil saber por onde começar.
Você coloca como se a trans mulher fosse violenta, um homem tentando tomar o espaço das mulheres. Eu sou mulher cis e cineasta. Fiz um documentário com mulheres trans, foi o resultado de um projeto de iniciação científica que propunha uma imersão no cotidiano delas. A partir do doc. eu fiz várias amigas trans, pessoas incríveis que nunca levantaram um dedo pra mim, que abriram a porta da casa delas e me acolheram mesmo sem saber quem eu era. A maioria delas tem uma vivência de mulher desde o início da puberdade, quando começam a ter coragem de assumir quem são. Conversei com trans de 54 anos, que vive como mulher desde os 15. Me dê apenas um argumento pra dizer que essa trans, que é até avó, uma senhorinha simpática, não é uma mulher!
Ela não tá lutando pela causa dos homens não, até pq elas muitas vezes são exploradas e assediadas pelos homens. Sofrem uma violência bem semelhante a que a mulher cis tbm sofre por parte dos homens.
Sabe o que eu acho q falta? Se aproximar dessas pessoas pra ter alguma opinião. Eu duvido que vc tenha 1 amiga trans. Ou amigo, pq o trans-homem também existe aos montes.
Tá na hora de parar de confudir a visão, achar que o inimigo é o oprimido. Trans violenta tem? Tem, claro. Até pq opressão gera opressão e muitas delas são auto-defensivas e aprenderam que só podem se defender da violência que sofrem com mais violência. Mas dizer q todas elas são ou q é maioria é simplesmente um disparate. Uma afirmação ignorante de quem realmente não as conhece. Antes de serem “trans” e vc poder colocar todas no mesmo saco como se fosse tudo igual, elas tem suas particularidades como qualquer individuo. Conheci uma q era babá, outra que é artista plástica, outra que é mãe de santo. Agora vc vai colocar todas no mesmo saco furado da generalização? Antes de vê-las como indivíduos vai rotulá-las por sua identidade sexual?
Conheci outra que está se formando em biologia. Vc vai olhar pra ela e ver uma trans violenta ou uma bióloga que pode vir a acrescentar mto no campo científico?
Na real, volte alguns passos atrás. Equívoco e ignorância é só o que vejo aqui.

Também quero ver o doc! Obrigada por este comentário lúcido. Mulheres cis têm inúmeras vantagens em relação às mulheres trans. Algumas podem fazer comentários misóginos tanto quanto mulheres cis podem incitar a agressão física e perseguição às mulheres trans. Na esfera pública, as mulheres trans não são homens. Nem em suas vidas conjugais. Nem na sua evolução enquanto ser humano. As mulheres trans continuam marginalizadas por causa de discursos como o seu, de opressora dizendo “não estou sendo fóbica” como um omi diz “não estou sendo machista”.

“Suas TERF’s nojentas, parem de jogar seus privilégios cis em nossa cara! Nós somos mais oprimidxs que vcs!”

LISTA DE PRIVILÉGIOS DAS MULHERES:

Produtos para mulheres são 7% mais caros do que para homens http://exame.abril.com.br/economia/produtos-para-mulheres-sao-7-mais-caros-do-que-para-homens/

Meninas de apenas 7 anos já se sentem pressionadas a ter aparência perfeita http://www.brasilpost.com.br/2016/10/20/meninas-pressao-aparencia_n_12564036.html

‘Uma foto nua pode levá-las à morte’: como a internet virou um campo minado para mulheres em países conservadores http://www.bbc.com/portuguese/geral-37783141?ocid=socialflow_facebook

Estudo revela que mulheres trabalham mais do que os homens http://www.rtp.pt/noticias/pais/estudo-revela-que-mulheres-trabalham-mais-do-que-os-homens_v929817

Mulheres compõem 70% da população mundial que passa fome http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2016/03/mulheres-compoem-70-da-populacao-mundial-que-passa-fome/#.WEU77tUrL4Y

Pelo menos 200 milhões de raparigas e mulheres vítimas de mutilação genital http://www.publico.pt/2016/02/05/mundo/noticia/pelo-menos-200-milhoes-de-raparigas-e-mulheres-vitimas-de-mutilacao-genital-1722443

Brasil registra um estupro a cada 11 minutos, mostra levantamento #G1 http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/11/brasil-registra-um-estupro-cada-11-minutos-mostra-levantamento.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

15 mulheres são mortas por dia no Brasil pelo fato de serem mulheres, diz Dilma – Nacional – Estado de Minas http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2015/03/09/interna_nacional,625641/15-mulheres-sao-mortas-por-dia-no-brasil-pelo-fato-de-serem-mulheres-diz-dilma.shtml

As diferenças salariais entre Homens e Mulheres http://www.catho.com.br/salario/action/artigos/As_diferencas_salariais_entre_Homens_e_Mulheres.php

Em TI, diferença de salários entre homem x mulher chega a 77% http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=33203&sid=46#.WEU8M9UrL4Y

A morte e a dor silenciosa de mulheres que fazem abortos clandestinos em países pobres http://brasileiros.com.br/2015/11/a-morte-e-a-dor-silenciosa-de-mulheres-que-fazem-abortos-clandestinos-em-paises-pobres/#.WEU8VSlQuVA.twitter

Brasil: aborto clandestino é a quinta causa de morte materna http://www.esquerda.net/artigo/brasil-aborto-clandestino-%C3%A9-quinta-causa-de-morte-materna/29651

Mulheres e crianças são 98% das vítimas de tráfico de seres humanos | http://www.otempo.com.br/capa/brasil/mulheres-e-crian%C3%A7as-s%C3%A3o-98-das-v%C3%ADtimas-de-tr%C3%A1fico-de-seres-humanos-1.917887 via @PortalOTEMPO

Uma em cada três mulheres no mundo sofre violência conjugal http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/11/uma-em-cada-tres-mulheres-no-mundo-sofre-violencia-conjugal.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

Violência obstétrica: 1 em cada 4 brasileiras diz ter sofrido abuso no parto http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/07/violencia-obstetrica-1-em-cada-4-brasileiras-diz-ter-sofrido-abuso-no-parto.html?

A cada 12 segundos uma mulher sofre violência no Brasil, informa Secretaria de Políticas para Mulheres – Ministra Eleonora comemora sanção de lei que protege mulheres vítimas de violência sexual http://r7.com/BcaW?s=t

Queria entender qual é a vantagem que ter uma buceta no meio das pernas dá. A gente é morta e estuprada a cada minuto. Pessoas trans sofrem um preconceito enorme, são vítimas de diversas violências, mas daí a dizer que ser mulher cis é mais vantagem, é uma hipocrisia do crl.

Que bom um comentário lúcido, fiquei interessadissimo em assistir esse seu documentário.
Existe algum lugar onde ele está disponível para visualização?
Obrigado 🙂

Mulher é fêmea humana adulta.

O que faz uma mulher é o sexo e as características sexuais secundárias.

TODO o resto é gênero. Gênero é construção social, construção social feita por homens, para o benefício e satisfação de homens.
Maquiagem, perucas, saltos, saias, vestidos, depilação, unhas pintadas, “feminilidade” performada, frágil, sensível, delicada, emotiva, sensualizada. Isso não faz uma mulher. Não faz ninguém uma mulher, eu como mulher evito ao máximo performar esses mecanismos de opressão, sofrendo todas as retaliações sociais possivéis por isso, ai vem Sam Smiths da vida, metem uma saia e um batom, falam que mulher é isso e que ele é mais mulher que qualquer mulher cis?
Pra mim é só mais um homem que assistiu muito filme pôrno e não faz a menor idéia do que uma mulher é.

nossa arrasou mt! odeio que o feminismo perca tanta força com essas lutas internas.
vcs realmente acham que alguém que nasceu homem passaria por toda a luta e todo o sofrimento e preconceito que transsexuais sofrem (os números de assassinatos de trans são muito maiores que de gays e lésbicas no mundo) para se tornar mulher, e sofrer todo o machismo que as mulheres sofrem pra se “infiltrar” no meio feminino e fazer algum tipo de opressão??? meu deus, que viagem da porra
só aceita as mana e junta tudo, mais empatia pelo amor de deus

“A maioria delas tem uma vivência de mulher desde o início da puberdade, quando começam a ter coragem de assumir quem são. Conversei com trans de 54 anos, que vive como mulher desde os 15.”
É justamente essa ideia de que exista algo como “viver como mulher” que nós, as feministas radicais, lutamos contra. Acreditamos que o gênero seja uma construção social, onde o “feminino” foi elaborado de um jeito que possa ser submetido ao “masculino”. Afinal, o que é ser mulher? Uma menina que não apresenta feminilidade, deixa de ser uma menina? É claro que não! Assim como um menino que gosta de brincar de boneca, de usar vestidos e saias: então seria ele na verdade uma menina? É claro que não também! Essa ideia serve apenas para reduzir a mulher a um conjunto de comportamentos aos quais ela foi condicionada a aderir desde seu nascimento.

Eu concordo com seu ponto de vista a respeito de gênero, e posso dizer que é algo que tenho estudado e pesquisado há um tempo, no entanto quando me deparei com o termo “TERF” dúvidas me surgiram e resolvi pesquisar. Ao ler a respeito, encontrei divergências em relação ao conceito de “gênero”, em que alguns posts dizem que o feminismo radical vê a opressão das mulheres enraizada no sexo. Ao chegar nesse ponto eu me pergunto, como enxergar a opressão às mulheres como algo enraizado no sexo quando se sabe que o binário de gênero é construído histórico e culturalmente? Quando se sabe que ser mulher ou homem vai muito além de vestimentas ou utensílios culturalmente disseminados como masculinos ou femininos, vai muito além da palavra “fêmea” ou “macho”. Eu consigo compartilhar de alguns sentimentos da autora desse post e apesar de compreender o que quer dizer, outras ideias me trazem profunda discordância, porém julgo ainda não ter o arcabouço teórico necessário para embasar meus argumentos e irei trabalhar nisso. E um último comentário para a autora, não utilize a palavra “fêmea” para definir o que é uma mulher, seja cuidadosa, pois “fêmea” traz um recorte reducionista e biologizante por parte da ciência de décadas atrás ao se tratar de sexo e orientação sexual.

gostari de ver se essa mulheres trans que vc tanto defende te defenderaim também..mulher capacho de macho é mesmo uma foda.

Obrigado! faço minhas suas palavras. Não retifico com minhas próprias pois já não aguento o desgaste de explicar, detalhadamente, para pessoas cis que não é feminismo se não é inclusivo… ainda pior é ver a falta de aprofundamento teórico dessas pessoas. Beirando a postura de figurões que tanto criticamos, que se apegam a conceitos vomitados, que não tem capacidade efetiva de pesquisa e produção de sentido e, pior, incentivam, assim como bolsinaros, felicianos, malafaias, discursos de ódio contra populações vulnerabilizadas.

Mas esse é o pensamento das TERF’s. Não adianta argumentar. Minha vivência com mulheres trans* tb não é a citada nesse texto. Nem coloco questionamentos, aqui, pois a minha imagem é a do “Michael Jackson comendo pipoca no cinema”: “Só vim olhar a thread”.

Achei o texto fraco de argumento, mas concordo com o RedFem em partes.
Primeiro que a infância é uma parte importante da nossa socialização, onde absorvemos grande parte da opressão e do nosso papel social. Não viver essa parte da vida como mulher e depois querer dizer como é se sentir mulher é quase uma afronta contra todas que sabem bem o peso que isso é, e dizer que sofreu com trans-fobia (que envolve praticamente as mesmas práticas que homossexuais afeminados sofrem, não faz ninguém saber o que é misoginia. Afirmar isso é o mesmo que afirmar que uma mulher branca sabe a opressão que um negro passa ou vice versa).
Segundo; Toda vez que ouço a pergunta; “O que te faz um mulher é só uma boceta? ” vinda de mulheres, quase tenho um ataque. Pois antes de sairmos de uma “só boceta” nosso destino já ta preparado, com roupas rosas e uma agulha pronta para furar nossa orelha nos esperando, além de um argumento desrespeitoso é desonesto, pq no fundo as trans sabem que não se trata do órgão genital é sim do papel que vem com ele.
Terceiro; Eu me pergunto; Se a socialização e a biologia não fazem de alguém uma mulher, o que faz? o que é “se sentir mulher”? Se enquadrar no papel de gênero faz de alguém mulher? Se eu não me enquadro no papel de gênero eu sou menos mulher?
Quarto: É o ponto que mais me incomoda, A MAIORIA das mulheres trans tem como ideia de que ser mulher é performar feminilidade, mas como essa ideia de feminilidade não veio acompanhada da socialização misógina desde sempre na pele, vemos claramente que o comportamento da maioria se assemelha mais ao comportamento de drag queens e gays afeminados do que a de nascidas mulheres: Nomes sociais exagerados, vestimentas espalhafatosas, sexualidade ultra liberal… Onde que mulheres se dão ao luxo de se comportarem desse jeito, principalmente com relação a sexualidade? Pra nós a opressão durante a infância foi tão grande que aprendemos a expressar o minimo sobre nossa sexualidade depois de anos de desconstrução. O fato é que travestis cresceram como homem e muitos tiveram sua sexualidade reprimida desde cedo, porém só quando se tratava de sexo com homens, pois com mulheres era incentivado e assim como com qualquer homem aprenderam a nos objetificar, já nós mulheres aprendemos a reprimir qualquer forma de sexualidade.

Oi, quero dizer antes de qualquer coisa que fui designada homem ao nascer e que de fato conforme fui saindo do armário me descobri trans e isso se deu quando entrei na faculdade., quando conheci feminismo e fui vendo outras coisas semelhantes.

Agora vivo sozinha por causa da minha família. Que é conservadora, enfim. Você deve saber como é.

O que eu quero dizer é que por muito tempo fico pensando nisso, quer dizer, eu encontrei o transfem e ele me foi muito útil, devo dizer que facilitou muito a minha vida que sempre foi complicada, enfim. Também me fez repensar e desconstruir muitas coisas e isso me tornou uma pessoa melhor com o passar do tempo, mas também não nego que fiquei pensando na mesma coisa que você expos no texto. Porque eu pensava muito nesse lance de radfem, poxa, o quão cruel podem ser essas meninas? pq por mais que a pessoa “seja TERF” ela ainda é uma mulher, ainda não está a salvo de tudo o que pode acontecer com ela na rua, em casa, no trabalho, até mesmo perto de algum amigo (ou grupo de amigos).

Agora me afastei de toda e qualquer militancia trans (por enquanto), porque eu não vejo nenhum apoio sendo dado a outras pessoas trans que vivem fora de casa, que vivem sem emprego e outras coisas bem… ruins. O que mais eu quero dizer? bem, eu procurei ver “o outro lado da moeda” e percebi o que você percebe, embora de uma outra forma (por motivos óbvios, imagino), quer dizer, eu fui procurar ouvir o que essas meninas, essas mulheres, essas pessoas que se dizem “radfem” falam e como já expressei… chego a conclusão semelhante a você e me sinto mal. Mal porque eu vejo gente usando e abusando de um discurso (o discurso trans/queer) que deveria ser redentor para genero diversidade sendo usado para rachar minas (entre outras coisas, suponho) e eu queria do fundo do meu coração por tudo o que é de mais sagrado na minha vida que isso parasse.

A minha vontade agora é de chorar, por tudo o que eu passei na minha vida, por tudo o que eu vou passar por ter me assumido assim. Por tudo o que outras pessoas vão passar por causa de toda essa merda aí que cê falou. Essa lambança.

E bem, é isso.
Sinto que não desabafei tudo e só não revelei meu nome porque tenho medo de perseguição assim como você. Também admito um tanto de vergonha e culpa porque indiretamente eu colaborei para isso (por mais que eu não esteja em posição de machucar ou oprimir ninguém em virtude das coisas que ando vivendo e experimentando na própria pele, coisas boas e ruins).

Fico pensando o que eu vou fazer na minha vida de agora em diante e acho que vou tentar arrumar tudo, ando escrevendo umas coisas. Imagino conseguindo escrever algo a favor da genero diversidade e “anti- queer” (porque eu sou uma “pessoa não-binária”), porque eu não me sinto representada por ele (pelo dito “queer”) nem necessariamente pelo transfem. Ando preferindo me chamar de “não binário radical”.

Acho útil e diligente.

Até mais moça, desejo sorte e sucesso na sua vida.

o/

vc é gay,não é trans.Performar femninilidade é opressor ehorrendo,psicologicamnete debilitante seja pra quem for.è essa aquestão que não é dita.

A mesma história aconteceu comigo.
Defendi homens que se denominam mulheres trans, ataquei outras mulheres.Para no final, ser jogada na fogueira por qualquer pronome que falei errado ou que eles entenderam errado.
Eu vi que era proibida de falar sobre tudo que diz respeito ao femininoEstava proibida até de falar sobre relacionamentos abusivos, pois chovia gente dizendo que relacionamento monogâmico é um privilégio cis.
Privilégio de ser abusada? Oi?
Quando respirei e olhei para aquele circo todo, pensei “isso está igual, ou pior, ao patriarcado”.

Porque, enquanto alguns homens “cis” apenas me desprezavam, essas pessoas trans EXIGIAM que eu as tratasse como rainhas, com uma boa dose de sadismo.Vi a misoginia sendo levada a níveis extremos.

Outra coisa que acho curiosa: “mulheres trans” estão sempre com gays, usando gírias de gays. Mas nós mulheres não temos essa ligação com gays. Porque, infelizmente, uma grande parcela deles é composta por misóginos.E com essa abertura para homens que se denominam trans, veio a abertura para homens gays, que deitam e rolam atacando e ameaçando mulheres.
Eu apenas penso: se essas pessoas são idênticas aos gays, mas gostam de usar roupas “”femininas”” (porque roupa não tem gênero e nossa luta é exatamente para desconstruir o gênero), por mim está tudo bem. Devem ter todos seus direitos humanos resguardados, ÓBVIO. Mas não sou OBRIGADA a aceitar que são mulheres. Não sou obrigada a silenciar minhas pautas dentro do movimento que luta pelos meus direitos, uma pessoa que nasceu com uma vagina e teve sua vida moldada por isso, independente de qualquer sentimento.

“Eu apenas penso: se essas pessoas são idênticas aos gays, mas gostam de usar roupas “”femininas”” (porque roupa não tem gênero e nossa luta é exatamente para desconstruir o gênero), por mim está tudo bem.”

Esse é um grande erro do feminismo…eu sinceramnete,depois de muita pedrada,quero que se fodam porque nenhum deles estão preocupados com nossos direitos humanos,por que temos que nos preocupar com o deles?? E roupa tem gênero sim,a roupa feminina é sexualizada não é atoa;a roupa masculina prioria o conforto não é atoa.

gênero é criação da sociedade. Roupas não tem gênero. A sociedade quem determinou o que seria coisas de menina e coisas de menino.

Muito obrigada, eu estava precisando ler exatamente isso! Eu ainda tenho muito o que pesquisar sobre a transexualidade pela biologia, pela psicologia, e tal. Mas eu comecei a questionar isso por aquela perguntinha que ficava o tempo todo na consciência: “o que é ser mulher”? Eu ainda não tenho uma opinião formada sobre tudo isso, mas me identifiquei bastante com seu texto, foi muito esclarecedor. Infelizmente eu não posso ainda externar o que eu penso, porque as pessoas ao meu redor vão me perseguir, acusar de transfóbica, TERF etc. Apenas por questionar.
Beijos, irmã!

Não me sinto a vontade de generalizar …pois já conheci gente de todo tipo,e atitudes tem haver com caráter e não com orientação sexual, já conheci trans que queriam ser “as top da balada” o tempo todo e outras que são simplesmente meninas como eu,que se chateam por não poderem ser mães um dia,mas que nunca agrediram alguém por isso,que se vêem como uma mulher com problemas de fertilidade,se sente incompleta…estudei com uma garota assim que se emocionou ao ganhar uma rosa no dia internacional da mulher assim como as outras meninas, não consigo ver minha amiga como “lucas” e sim como Rebeca <3

nem todos os brancos são racistas,nem todos os homens são machistas…nem toddo rico é explorador….e vamos que vamos vivendo de excessões para reafirmar o status quo,afinal,o “nem todod homem” continua sendo pra lá de eficiente…e enm vou comentar esse lance da rosa,a esta altura,a mulherada já era para ter superado essas “coisas”.

A expectativa de vida de uma travesti é a mesma da idade média, próxima aos 30 anos, dizer que isso é uma escolha pra receber privilégios é bem irresponsável.
Reclamar de ter sido jogada na fogueira por usar o pronome de forma não compatível com a vontade de alguém trans, me parece extremamente parecido com um macho reclamar de ter sido jogado na fogueira por ter “elogiado” uma mulher na rua.

Lembre-se: quem mata travestis e quem assedia mulheres na rua são homens. Não é, e nunca vai ser, a mesma coisa.

Os homens que matam travestis querem matar o feminino. É um comportamento misógino, logo as mulheres trans sofrem misoginia também.

Homens que agridem e matam travestis querem matar o homem que negou a masculinidade, que deixou de performar aquilo que é considerado ser homem na sociedade (ser superior, mais forte, heterossexual e etc). Pelo mesmo motivo matam e agridem homens gays, porque esses desafiam os padrões aceitos de orientação sexual, no caso a heterossexualidade.

nossa,que brilhante colega..está comparando um assédio sxeual da rua com usar pronome erado para mulher trans?? uaua…quando eui acahav que já tinha lido tudo o que é besteira misógina na web….e sim,querida,homem escolhe ser mulher e nós não.Quando eles “encherem o saco”,eles podem voltar aa ser homens,e vc? Vc tem esse privilégio de pássar pra casta opressora quando leh conmvém? fica mesmo atacando outras minas,vamos ver quame vai ficar do seu lado quando a coisa pegar.

Peraí fala em transfem e não usa aspas, fala em radfem e usa? TERF? Me poupe, vc não entendeu nada.
Não existe isso de ” trans feminismo”, porque feminismo existe para as mulheres, para as pessoas transgeneras existe o movimento transgenero/transativismo.
Moça cineasta no huffpost tem um vídeo de pessoas que são travestis e trans, onde explicam as gírias dessa comunidade, atente para a cara de nojo que eles fazem quando dizem o que significa “racha’ e “rachinha”.
O fato das pessoas trans sofrerem preconceito, não esconde a realidade da misoginia dentro dessa comunidade.

Saiam, saiam do culto trans. Na última da semana, o ex-Kris Jenner, agora Caitlyn foi receber um prêmio numa cerimônia lá nos EUA E adivinha? Fez um comentário indelicado e desrespeitoso sobre a atleta Serena Williams: “Eu pareço mais feminina do que a Serena Williams”.
É disso que se trata? Uma competição pra ver quem mais se ajusta aos esterótipos da feminilidade e depois jogar isso na cara da mulher? É uma questão de ‘se sentir mulher’ ou de tomar o lugar da mulher? Façam o seu transativismo bem longe do meu feminismo.

Me designaram ao gênero feminino quando nasci, mas minha expressão de gênero sempre envolveu caracteres socialmente lidos como masculinos. Por isso, sou pessoa AFAB transmasculina.

Entendem? O feminino e o masculino são construções sociais. O feminismo devia ser UM SÓ, um feminismo que entende a diversidade e as diversas opressões que o machismo gera!!

O machismo afeta mulheres cis de um jeito, mulheres trans de outro, homens trans de outra maneira, pessoas não-binárias de outra e até homens cis (ex.: homofobia, que só existe pelo pensamento machista de que o homem cis gay abre mão da sua posição de macho, que é afeminado, que se coloca em posição INFERIOR ao se assemelhar com o que deveria ser “papel de mulher”).

O feminismo devia compreender toda a diversidade e as múltiplas pessoas que são oprimidas devido às ideias-base do machismo, a ideia de que “homem > mulher”, a ideia de que “XY = homem; XX = mulher”, a ideia de que “homem x mulher” são as únicas possibilidades e ideias em oposição..

As ideias do RadFem, como as que acabei de ler aqui, são nada mais do que uma grande ignorância – no sentido lato da palavra. É uma grande falta de conhecimento do universo trans e, mais que isso, uma gigantesca falta de empatia.

Ler isso tudo é tão assustador quanto comentários de mini-Bolsonarinhos e cia. que encontramos internet afora. Ou ainda mais, porque ainda insistem em chamar isso de ~feminismo~ </3

“Ou ainda mais, porque ainda insistem em chamar isso de ~feminismo~ </3"
Um feminismo que se recusa a ser coração de mãe porque quer focar no que realmente interessa: mulheres? Absurdo mesmo.

querida homem-trans,vc deveria estar se perguntando porque vc deveria transicionar para início de conversa..sabiq que tem muito homem trans destrancionando e virando feminista radical? Alkém do mais,não me surpreende o feminismo neo-liberal ser a “salvação” de todos aqueles que acham que tudo se resume a um sentimento pessoal.
E xx não é mulher e nem xy é homem? nossa,vcs tinham que juntar tudo e rescrever os livros de biologia então!Porque até que surja uma mutação,vai ser assim até o final dos tempos!
e a grande ignorante que vejpo aqi é vc,que provavelmnte vai destruir seu corpo com cirugias e hormônios,só porque comnprou a idéia imbecil de que se “sentir homem”,ou seja,” não desejar performar feminilidade,significa que vc tem que transicionar.Se fosse assim eu já teria virado homemhá muito tempo! Espero que enchergue a luz antes que se destrua.

Claro, as mulheres têm que carregar o sofrimento e a luta de todas as minorias da humanidade, a mulher tem que ser mãezona! Diz isso para as trans então já que são mulheres, diz para elas pararem de ser narcisistas e invasivas.

obrigada por esse comentário <3 muito triste ver os comentários esculachando mulheres trans ao mesmo tempo que invisibiliza os homens trans da pauta.

e outra que essa discussão de cromossomos sexuais é totalmente reducionista, excluindo qualquer pessoa que possua sindrome de klinefelter ou de turner.

“Algumas delas não fazem qualquer tentativa de se comportar da forma que as mulheres se comportam”. Confesso que parei de ler aqui. Sou mulher cis e gostaria de saber como vocês TERFs pretendem lutar por uma causa enquanto ao mesmo tempo reforçam estereótipos de gênero. É contraproducente, pra dizer o mínimo. Não consigo compreender isso, juro que me esforço. Fora essa mania de querer dizer quem é homem e quem é mulher, né? Gente, o mundo vai muito além de uma buceta.

Exatamente, eu li o texto até o final, mas reforça vários papéis de gênero e eu discordo de vários pontos. Por exemplo:

“Cruzei com homens que serviram no exército, tiveram carreiras fantásticas nas Exatas, foram pais de muitos filhos, e então decidiram que eram mulheres durante esse tempo todo. O quê?!”

Ora, só porque a pessoa foi pro exército ou estudou engenharia, isso é uma característica masculina? Tem que ser um homem afeminado que gosta de vestidos, pra depois dizer que é trans? Meu deus!

Vamos combinar? Não gosto de ninguem cagando regra na vida de quem já é oprimido. Homens oprimem mulheres, definindo o que é feminino ou não, pessoas cis oprimem pessoas trans, definindo se elas “passam” por cis ou não, e por aí vai. Eu entendo que existe um exagero no transativismo, COMO EM QUALQUER MOVIMENTO, mas isso não dá a ninguém o direito de rebaixar a outra. Repensem, conversem, leiam depoimentos e tenham mais empatia, pra chegar em um meio termo.

Deixo uma pergunta: e quem é não-binário, intersex, ou nasceu com as duas genitais? Ou é XXY, ou XXX? Pode se considerar mulher, ou você é a guardiã do feminismo e vai definir quem pode entrar ou não?

vai lá então com suas colegas trans e não venha pedir socorro quando uma quiser te bater ou até mesmo te matar quando discordar delas,ok?

Todas as .pessoas. merecem ter seus direitos básicos respeitados. E se não têm, têm o direito de lutar por eles. A luta por humanos é a luta do humanitarismo. Ela engloba as opressões des todos os humanos e se baseia nesta raiz: ser humano.

A luta feminista não é uma luta ‘mulherinista’. Não é uma luta pelos direitos das pessoas que se identificam com a construção social do ‘ser mulher’. É uma luta pelo fim da opressão imposta às fêmeas da raça humana (se baseia nesta raiz: ser fêmea). É uma luta por políticas que promovam a equidade com foco na situação da fêmea na sociedade.

Obrigada pela tradução do texto, me identifiquei totalmente com seu posicionamento e passei pela mesma situação de defender mulheres trans por tempo demais, em situações injustas demais, criando dúvidas demais em mim mesma.

Não me considero feminista radical, porque estou começando agora a olhar mais profundamente para esta corrente de pensamento e ainda não sei o suficiente para confortavelmente me intitular rad, mas certamente estou tendo mais respostas e alívio do que na corrente liberal.

Bom…
Sou Trans assumi minha vida depois de 4 filhos e não tenho nada contra ninguém… Odeio qualquer tipo de sigla não sinto pena de mim ebsim orgulho e acho que toda a pessoa tem o direito e o dever de ser feliz.
Acho seu texto generalista e toda a vez que alguém se expressa assim perde a credibilidade.
Tenta se isentar de preconceitos sua vida será mais fluida e feliz assim como a minha é.

Olá!

Eu li seu texto e, muito embora eu discorde aqui e ali, eu acredito que sua retórica é muito boa.
Eu tenho uma dúvida : Eu sou um homem-gay. Tive contato com o feminismo há alguns anos e foi a melhor coisa que me aconteceu, já que sabemos como a sociedade patriarcal é danosa. Atualmente eu tenho lido sobre o REDFEM e sobre suas ideologias porém algumas dúvidas me surgem. Eu não conheço nenhuma feminista radical para perguntar ( minhas amigas são todas do feminismo liberal) então eu ficaria grato se você pudesse me elucidar.
Atualmente eu tenho sentido que não devo mais me considerar ou ao menos me intitular “feminista” pelo fato de ser homem. Eu compreendo o motivo por trás desta questão, mas eu me pego pensando em como eu posso ser útil para a luta feminista sem gerar conflitos pelo fato de eu ser homem. Me distanciei de discussões e marchas por um tempo e comecei a refletir nessa questão. Estou meio confuso então decidi perguntar : Qual é o espaço destinado aos homens que compreendem essa realidade e querem auxiliar na abolição da sociedade patriarcal?

Desde já muito obrigado pela sua resposta e compreenda que não desejo de forma nenhuma ser desrespeitoso e nem causar atrito.

Seu lugar na luta anti-sexista é com os homens e para os homens. Educando e trabalhando com e para o auxilio de seus semelhantes (homens), você ajuda as mulheres por consequência e sem apropriação.

Muito bom não só o texto como os comentários do mesmo! Alguns não entenderam que a crítica foi ao que se sobressai do movimento transfem e afins, não às mulheres trans como um todo, muito menos abrangendo aos homens trans. Certamente, há uma crítica nossa a essas pessoas, principalmente às mulheres trans, por aderirem a teoria de gênero, mas não é isso que está sendo problematizado no texto. Aqui a crítica foi ao movimento, que é misógino e apropriador do feminismo. Às mulheres trans, acredito que a crítica seja mais sobre fetichização do que é ser mulher. Fica difícil – para não dizer impossível – para nós, mulheres, lutarmos por quebra de padrões e liberdade para, por exemplo, podermos trabalhar como vendedoras de uma loja sem precisar rebocar a cara inteira, quando existem pessoas se achando emponderadas por usarem todos esses rebocos e dizendo que são mulheres! Ou podermos nos destacar em papéis de liderança, quando existem pessoas se dizendo muito sensíveis, instáveis, emocionalmente vulneráveis e relacionando isso ao “se sentir mulher” de alguma forma. Fica difícil lutar por abolição de gênero ao lado de quem busca se readequar ou acrescentar gêneros aos existentes. Abolir gênero significa não atribuir papeis às pessoas e nisso está incluso não ridicularizar uma pessoa com pênis que usa vestido, tampouco permitir que ela ressignifique gênero e se inclua entre as que possuem vagina e, portanto, têm pautas próprias.

oi! adorei seu texto, inclusive passei poe várias experiência semelhantes e vergonhosas como chamar as minhas companheiras d luta e transfobica e terfs… que vergonha! tomara q mais pessoas tomem a consciência do q realmente significa ser mulher

O texto e completamente binário, dentro dos padrões machistas. Como uma mulher deve de comportar ou ser? Não existe manual apenas a imposição da sociedade. Alegar q existem mulheres trans violentas… Sim, como mulheres cis , homens… A violência faz parte da natureza humana. Dizer q mulheres trans querem ocupar o espaço das mulheres cis… Que espaço e esse…? Vamos começar a exterminar novas mulheres cis q nascem pois estão criando concorrências… VC alega fatos… Mas seus argumentos não foram baseados em fatos… Triste o post… Completamente ridículo sem fatos para um debate. Pena. Boa sorte na sua caminhada como feminista… Vai precisar.

Estou impressionada com a cegueira e anegação de muitas que vieram aqui comentar,ou é analfabetismo funcional,ou é burrice ou é aquilo que a autora brilhantemente descreveu: fundamentalismo equiparado ao religioso.Não querem escutar ninguém mas berram,dão faniquitos,fazem cena para serem ouvidas.
Eu espero que assim como esses textos e outros,o feminismo deixe mesmo de ser mãozonme,resista mais ás chantagens emocionais patifes que macho adora fazer.Eles não querem que tenhamos direitos humanos,não caiam nesa de “aceito todos do jeito que são”,ou “todos tem direitos humanos,eu luto por todos”,se fosse assim não estaríamos vendo esses absurdos contra as mulherese e nem essas tentativas de redefinação da luta feminista.Nem tenham pena de defensora de trans;só assim vamos ter poder políticop de volta.

abraço ás que resistem e muita força.

A principal questão trans que as mulheres devem estar atentas para não dizer alertas é que é composta em sua maioria por homens e que se não fosse o homem, o trans nem estaria na sigla. A maioria desses homens têm algum distúrbio mental, como personalidade narcisista, borderline e parafilias como só gozar vestido de mulher ou se imaginando uma mulher. Essas pessoas têm problemas mentais sérios isso quando não são traumatizadas por famílias muito conservadoras e opressoras.

A mulher é uma fantasia para o trans, uma fantasia que ele veste quando quer, a mulher não pode apenas se despir de ser mulher. Eles se excitam em pensar ser tratados com os “privilégios femininos” mas quando um trans fica tão “passável” que começa s sofrer machismo, ai a coisa desanda…

Não existe se juntar ao oprimido por opção, esses caras apenas querem fugir da realidade, eles querem ser mulher no que eles pensam que ser mulher é, só que ser mulher não é uma imaginação é uma realidade atrelada ao corpo físico e até isso o movimento trans quer destruir, eles querem destruir a história da mulher, apagar a opressão histórica que a mulher sofre até então.

Li o texto há algumas semanas e confesso que foi um gatilho para pesquisar sobre o assunto. A primeira impressão que tive foi que o texto estava muito agressivo, mas conforme fui me informando, compreendi melhor o sentimento. Ainda acho que não devemos desrespeitar e nem ignorar que pessoas trans sofrem violências que ser humano nenhum deveria sofrer, inclusive pelo sistema capitalista que se aproveita para lucrar com seus corpos.

Por isso passei aqui para fazer uma sugestão.

Uma análise sobre o que significa “ser mulher” para pessoas trans a partir da ótica feminista, revelando de forma bem didática que não passam de estereótipos extremamente prejudiciais para mulheres, baseado em testes como este:

http://www.gendercare.com/testes/GendercareTestMF9.html

Fiquei chocada em perceber o absurdo que é a teoria da identidade de gênero (e que estava apoiando por falta de conhecimento)!

Creio que já tenham análises desse tipo realizadas por diversas pessoas, mas creio que fazer um texto bem direto e simples, para utilizarmos como instrumento de informação para as libfem, talvez ajudasse na compreensão do ponto de vista radfem.

Fico muito chateada com essa rivalidade, sinceramente. Também sinto muito pela violência que as pessoas trans (que não cumprem expectativas patriarcais de gênero) vivenciam desnecessariamente só porque existimos em um sistema assim, que utiliza a ideia de feminilidade e masculinidade para nos oprimir.

O problema é usar esse sofrimento como justificativa para reforçar uma ideologia que oprime nós, fêmeas. Isso também é inaceitável, e precisa ficar claro de uma vez por todas.

Abraços!

Otimo texto, lucido, o feminismo e para as mulheres. Mulheres trans podem se expressar como quiserem e tem todo o direito de ser feliz e ser bem tratada, so atentem q a biologia masculina tem de ser levada em conta pq a Ciencia ainda esta engatinhando na descoberta de genes excluivos a cada “sexo”. Sexo entre aspas pq tenho amigo intersexo q nasceu com genitalia q a Ciencia considerou masculina, entao o fizeram menina com cieurgia aos 7 meses de vida. Mas os hormonios femininos q tomou a vida td nao o fizeram mulher, seu genotipo era xy e ta cheio de problemas. Agora ele se assumiu menos feminino e deixou de forcar a barra pra ser mulher q a sociedade exigiu. Acabei de ler estudo cientifico sobre o genotipo falando como is sexos dizerem nesse tp e a Ciencia ainda nao sabe transformer um sexo no outro sem consequencias desastrosas para os sujeitos que transicionam por acreditar que nasceram no corpo errado. Biologia deveria ser materia obrigatoria em tds os cursos universitarios agora, e no future nocoes basicas tb deveriam entrar no ensino fundamental.

Sei que analogias nem sempre são reais mas são muito didáticas às vezes, faz de conta que você encontra tua fé cristã e resolve ir pra igreja, lá quase a todo momento alguns membros sempre há alguém pra ti humilhar ou agredir, você sai da igreja e passa a ser hostil com a igreja, embora ainda conserve tua fé.

Meio que parte da “misoginia trans” é culpa das próprias mulheres, afinal elas por toda a questão de identidade de gênero se identificam e procuram esta entre mulheres, mas quando chegam lá, muitas mulheres são hostis para com a transsexual/travesti, o grupo que deveria ser o primeiro a acolhe-las, passa a agredi-las (e as vezes muito mais do que a outros homens) resultado, parabéns TERFs, vocês criaram uma mulheres “machista”.

Só gostaria de acrescentar que o transativismo foi formulado por médicos para atender aos desejos de machos fetichistas de viverem como mulheres. Enquanto gays, lésbicas e muitas pessoas interssexuais estão brigando para não serem medicalizados e viverem suas vidas, o transexual e transgênero não existe sem a medicina e a indústria farmacêutica. Ngm nasce no corpo errado, gente. Acordem. O q tá errado é o gênero, esse sistema hierárquico que o feminismo sempre procurou abolir. Enquanto o poder econômico fagocita o mov feminista, duas vozes são ouvidas: de um lado, os conservadores, que querem manter os papéis sexuais e portanto o gênero tal como eles sempre foram, com vistas em controlar as capacidades reprodutivas da fêmea humana e a divisão sexual do trabalho ( sem a qual não há capitalismo possível). De outro lado, os transgressores, que defendem a autoidentificacao de gênero, a escolha individual e a alteração do corpo para se adequar ao gênero construído socialmente. Um não existe sem o outro. Nenhum dos lados emancipa a fêmea humana. Nenhum desses discursos busca abolir o sistema q aprisiona mulheres e nos mantém numa escravidão desde a nossa pré história. Gênero é hierarquia. Cisgenero não existe. Penis lésbico é uma afronta a existência e a resistência de mulheres lésbicas. Mas ao q parece temos q nos dilacerar pra discutir sobre autoidentificacao de macho ao invés de pensar na interdicao do debate sobre a legalização do aborto, por exemplo. Movimento q se descabela sobre desejo de macho pode ser qualquer coisa, feminismo é q não é.

Todo homem tem o direito de viver sua vida como um homem feminino. Eu não ligo. Eu não me importo. Ponto final. O que homens NÃO tem direito é de invadir os espaços femininos que foram conquistados a duras penas pela luta feminista e pelo movimento das mulheres. Sejam homens femininos, usem as roupas que quiserem, se comportem do jeito que quiserem e mostrem aos outros homens que existe outras formas de serem homens. Mas deixem o feminismo e as mulheres em paz.

“Algumas delas não fazem qualquer tentativa de se comportar da forma que as mulheres se comportam ou de sequer tentar entendê-las”
Você diz que ser mulher não é usar tal roupa ou agir de tal maneira, então como pode dizer que mulheres trans não tentam nem mesmo se comportar como mulheres? Pelo que eu entendi se comportar de maneira x ou y para ser uma mulher é algo a ser erradicado e não disseminado

Eu entendo seu posicionamento,mas pelo amor de Deus,nao generalize.
Eu sou uma menina diferente(entenda como quiser,rs),pois odeio essa palavra “trans”,me causa aversão total.
Já tive contato com movimentos trans,e sei bem como é,a maioria é extremamente agressiva e intolerante,vc nao pode ter opinião,vc nao pode ter senso crítico,vc é silenciada dentro desses movimentos transativistas.
Se eu dizia que jamais namoraria um homem trans,eu era quase linchada.
Se eu dissesse que quem nao fez a cirurgia,nao é mulher,é travesti,eu era apedrejada.
Se eu fizesse um comentário contra a prostituição,pois segundo a visão delas,eu sou contra a prostituição,pois sou feia e recalcada com as trans bonitas.
Quase desisti da minha transição por isso,pois eu achava que havia algum problema comigo,por nao me identificar com esses movimentos transativistas.
Quando eu percebi que o problema nao era eu,que eu nao me identifico com movimentos trans,pois eu nao me vejo como trans,ou como um terceiro genero,eu me reconheço como mulher(sem levar em conta o aspecto biológico claro).Foi ai que desisti de vez. Nao desisti da minha transição,desisti de tentar me relacionar com pessoas doentes e desequilibradas.
Pode parecer uma contradição,mas a maioria das pessoas que se diziam travestis/transexuais femininas que eu conheci,era completamente loucas e desequilibras.A maioria nao tinha um comportamento considerado como feminino pela sociedade.Pelo contrário,muitas eram mais agressivas e machudas que muito hetero misógino por ai.Muitas tinham um ódio agressivo contra mulheres cisgeneras,a ponto de se acharem superiores a quem nasceu mulher com vagina,apenas por terem uma bunda e um peito grande(mesmo sendo tudo silicone).Eu ja quase apanhei de travesti,por me posicionar contra a prostituição,por achar isso uma atividade nojenta e degradante.
Como dizem por ai,eu sou uma “trans” estranha,pois ao contrário da maioria eu sou bem conservadora,eu admito,o que vai de encontro a todo esse movimento trans bizarro,que me causa medo e arrepios.
A maioria dessas pessoas nao se sentem mulheres,nem desejam ser reconhecidas como mulheres pela sociedade.
A maioria é apenas uma caricatura de uma mulher,seja na aparencia,na roupa,nos trejeitos,na linguagem corporal ou no tom de voz.
Ja fui muito criticada dentro de comunidades,por nao me encaixar dentro do esteriótipo de trans,pois nao me prostituo,nao sou vulgar,nao sou barraqueira,nao sou misógina(amo minhas amiguinhas),e nao sou bombada na linguagem delas(bombação,é ato de injetar silicone industrial no corpo,para simular um suposto corpo feminino).
O engraçado é que o resultado final dessa bombação,no geral passa longe do corpo de uma mulher real.Parecem umas aberrações,uma caricatura muito vulgar de uma mulher.
E pra finalizar eu sempre me dei melhor com homens trans ,do que com trans femininas.
Todos os rapazes que conheci,eram super inteligentes,centrados,uns amores de pessoas.Eram pessoas mentalmente saudáveis,que dava gosto de conversar e interagir.
Tanto que nao tenho amizades com trans/travestis.Minhas amizades são apenas com mulheres cis,e estou muito bem assim,obrigada.

Temos que diferenciar a verdadeira transexualidade de outros fenômenos.
A transexualidade em si,conhecida como disforia de gênero se manifesta na infância e vai a vida toda da pessoa.
Esses casos recentes de homens velhos,casados e com filhos se dizendo mulheres,nao passa de autiginefilia,ou seja,é uma parafilia,uma doença.São uns surtados,bando de homem feio,de peruca,sem nenhum traço de mulher,eles querem enganar a quem?
Eu por exemplo,me descobri bem cedo,porém fiz minha transição apenas adulta,pois além de minha família ser pobre(pobre mesmo),naquela época não havia muito conhecimento sobre o assunto,e muito menos havia internet.
Mas meu mal estar com meu corpo e meu sexo,começou muito cedo,antes de entrar na puberdade,eu olhava pro meu pênis,e mesmo sem saber o motivo,sentia nojo daquilo.
Mas naquela época,tudo era tratado como homossexualidade,e era assim que minha família me tratou durante muitos anos.

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